Alexandre Pato surgiu no futebol em 2006, com apenas 17 anos. Foi colocado pela mídia e torcida como uma das grandes revelações do nosso futebol na década passada.
Foi vendido ao Milan com status de grande craque. 24 milhões de Euros. Na época a segunda maior transferência de jogador brasileiro, só perdendo para Denilson.
Uma confiança enorme enorme foi depositada em cima desse jovem jogador e agora 8 anos depois, ele ainda não conseguiu deixar de ser uma promessa.
Digo promessa não por conta da idade, mas porque ainda não conseguimos ver todo aquele potencial de 2006 se transformar em um grande craque. Nesses anos ele colecionou lesões e alternou momentos ruins com atuações medianas.
Como todo jogador brasileiro, quando a crise técnica e física chega na Europa, ele volta ao Brasil para tentar se reerguer. Mas não foi isso que aconteceu. No Corinthians não justificou, no São Paulo ainda não mostrou serviço, até ontem…
2 gols e uma belíssima atuação contra o Vitória. E nós começamos a nos perguntar: será que dessa vez o Pato vai desencantar? Sim, fazemos essa pergunta baseados na carência de grandes craques do futebol brasileiro. No fundo, no fundo, queremos que o Pato volte a ser aquele moleque atrevido e goleador de 2006, e por isso a cada vez que ele faz uma grande partida a questão volta a pauta das rodinhas de conversa.
Existe uma teoria muito interessante de alguem na ESPN que não me recordo quem é agora. Ela diz que todo jogador vive somente um grande auge em sua carreira. Para alguns esse auge é mais duradouro, para outros ele é mais breve. Nessa teoria, o jogador joga em algum momento de sua carreira mais do que ele normalmente consegue jogar. Com isso, o restante de sua carreira é baseada naquilo que foi feito temporadas atrás. O jogador nunca mais alcança aquele nível técnico, mas continua vivendo, jogando e trocando de clube com sua fama.
Essa teoria explicaria casos como Hernane “brocador” artilheiro do Brasil e Carlos Eduardo pelo Flamengo, terem tidos lados opostos em suas passagens pela Gávea. Explicaria também o caso de Carlos Alberto, hoje no Botafogo, com passagens por grandes clubes até fora do Brasil, mas sem repetir as atuações que o fizeram conhecido.
Não acredito que seja o caso do Pato, embora ele constantemente fique tentando me provar o contrário. Pato tem um talento acima da média, mas misteriosamente não consegue manter isso durante uma temporada inteira. Ou será que consegue?
Tenho tanta vontade de ver o Pato brilhar que vou ficar com a segunda alternativa. Que sejam os 2 primeiros gols de uma verdadeira revolução na carreira, por que convenhamos, estamos precisando.
Aquele abraço, (quac)
Fábio Marques