Essa semana ao ver o jogo, os lances e a repercussão do jogo entre Santos e Corinthians me veio a cabeça aquele velho dilema: O que é melhor, jogar bonito ou jogar pelo resultado?
Pensei nisso porque a equipe do Corinthians na minha opinião, é um bom exemplo dessa questão nos últimos anos. Já que, mesmo tendo um excelente time e ótimo elenco não mostra na prática um futebol bonito. Você pode até questionar o que é de fato o “futebol bonito”, mas esse é outro assunto.
O Timão vem mostrando desde a era Tite, que nem sempre um bom time joga bonito para conquistar títulos. No inédito título da Libertadores em 2012 por exemplo, o clube paulista tinha diversas boas opções, principalmente do meio para o ataque. No meio tinham Ralf, Paulinho, Danilo, Alex e Douglas; na frente tinha Emerson, Willian, Elton, Romarinho e Jorge Henrique, nomes que dão ao técnico opções e possibilidades de praticar um belo futebol. Mesmo assim, era um time que marcava muito, tinha muita disposição e não conseguia ser brilhante.
O time de 2014 me passa a mesma impressão, tem vários jogadores de qualidade como o remanescente Ralf, Elias, Petros, Jadson, Renato Augusto, Danilo, Lodeiro, Romero, Guerrero, Romarinho… Eles nos trazem uma expectativa de assistir um bom jogo, mas até agora vem mantendo o mesmo modo de jogar. Não no esquema tático, mas mostrando que podia muito mais e no entanto passa a impressão de jogar pelo resultado, principalmente quando joga fora de casa.
Por mais que possa parecer, tudo isso não é uma crítica ao Tite e nem ao Mano Menezes, gosto dos dois, mas vejo que essa postura é por conta da experiencia deles em saber que no Brasil não existe tempo de longo prazo para nenhum treinador. O mesmo caso de Muricy Ramalho em 2011 no Santos. Ele tentou usar uma formação com os atletas que tinha na época, e fez o time jogar bonito, é só lembrar o jogo histórico entre Santos e Flamengo na Vila que terminou 5 à 4 para os cariocas. Aquele time tinha Arouca, Henrique, Ibson, Ganso, Neymar e Borges na frente. Fizeram apresentações de muita qualidade, mas não trouxeram resultados práticos, e Muricy esperto que é tratou de mudar para uma formação mais segura na marcação.
Diretorias, torcidas e até a imprensa cobram resultados rápidos demais, cedo demais. Os cartolas em sua maioria cobram sem poder, já que são amadores e grandes responsáveis pelas crises internas dos clubes; a torcida cobra por não gostar de ver seu time perdendo e por não aceitar passar um ou dois anos de reestruturação sabendo que não vão comemorar um título; e a imprensa? A imprensa cobra porque gosta de ver o circo pegar fogo, trocas rotineiras de técnicos geram muita notícia.
Eu sempre vou torcer pelo bom futebol, pelo drible, pelos gols, pela arte; mas sei que o futebol “moderno” não deixa muito espaço para isso. Uma pena.
Valeu galera,
Jorge Max Jr.