Acabou o Sul Americano sub 20. Na primeira fase, ficamos em segundo lugar do grupo B, 3 vitorias e 1 derrota. Na fase final, quarto lugar de seis times, 2 vitórias, 2 derrotas e 1 empate. No total, de 9 jogos vencemos 5. Classificamos para o Mundial, mas se não fossemos cidade sede das Olimpíadas, estaríamos fora da disputa. A Argentina foi campeã desse torneio com méritos.
Normalmente essa é a hora que os “entendidos de futebol” vão marretar e dizer que “está tudo errado”, vão dizer que “o técnico é ruim”, que a “geração é fraca”. Já se fala nos bastidores sobre uma possível demissão de Alexandre Gallo, ou de uma diminuição nas suas funções dentro da CBF.
Mas eu desejo hoje ir na contramão e repensar a maneira como nós vemos os aparentes “fracassos”. Digo aparentes, porque embora o resultado no campo tenha sido ruim e o futebol apresentado tenha sido abaixo daquilo que podemos apresentar, não dá pra crucificar um técnico e toda uma geração sempre que não vencermos um campeonato.
O futebol brasileiro não é mais tão dominante como era. Outros países evoluíram e aprenderam a jogar contra nós, isso é comum no futebol. Cabe a nós agora encontrar novamente as formas de voltar ao topo. No mundo da bola isso é absolutamente normal e rotineiro. Isso não significa que essa geração de jogadores está perdida! Só significa que eles terão que se adaptar as novas formas de se jogar futebol eficiente, onde a força física e a tática estão sendo mais valorizada que os dribles.
Vou usar 2 exemplos de países campeões do mundo: Espanha e Alemanha. Nos dois casos, o grande aliado foi o tempo. Fracassos aconteceram no meio do percurso para a glória, mas mesmo assim, confiaram em um projeto a longo prazo e foram bem sucedidos.
A CBF fez um projeto pra voltar ao topo. Confiou em Alexandre Gallo para coordenar as bases e treiná-las. Parar esse projeto agora seria dar um tiro no pé e ir contra um planejamento que ainda pode dar certo. É só ter paciência e dar uma oportunidade para os frutos aparecerem. Não estou dizendo que a campanha foi boa, até porque não foi. Mas, acredito que parar agora seria um retrocesso na maneira de pensar.
Isso tudo é assunto pro Atletas no Ar de amanhã as 14h e as 23h, nos vemos lá.
Aquele abraço
Fábio Marques