Um mundo muito melhor em 2016


pr_samuel

Ao iniciar-se um novo ano, esse é o desejo dos desejos: um mundo muito melhor em 2016! Nem o mais tolo dos mortais desejaria algo contrário. E se expressarmos esse desejo a Deus, certamente a nossa oração acrescentaria que Ele consertasse o mundo, ceifasse a injustiça e a violência, e ajustasse as enormes desigualdades e tudo o mais que está de “cabeça para baixo”.
Mas como consertar o mundo para tê-lo muito melhor em 2016?
Quero lhe contar uma historinha, cuja ilustração pode nos ajudar a pensar nesse assunto de forma mais objetiva.
Conta-se que um cientista estava resolvido a encontrar os meios de solucionar os problemas do mundo, e passava muitos dias em seu  laboratório em busca de respostas. Certo dia, seu filho de sete anos invadiu  o laboratório  decidido a ajudá-lo no trabalho. O cientista, nervoso pela interrupção, tentou que o filho fosse brincar em outro lugar. Mas vendo que seria impossível demovê-lo, procurou dar-lhe algo com o objetivo de distrair sua atenção. Deparou-se com o mapa do mundo e teve uma ideia. Com o auxílio de uma tesoura, recortou o mapa em vários pedaços e, junto com um rolo de fita adesiva, entregou os recortes ao filho, dizendo: “Você gosta de quebra-cabeças, não é? Então vou lhe dar o mundo inteiro para consertar. Aqui está o mapa do mundo todo estraçalhado. Veja se consegue colar as partes e consertar o mundo! Mas faça tudo sozinho, e em silêncio, que o papai precisa trabalhar”.
O cientista calculou que seu filho levaria vários dias para recompor o mapa. Mas pouco tempo depois ouviu a voz do menino a chamá-lo: “Papai, papai, já fiz tudo. Consegui terminar, acho que já consertei o mundo!”
A princípio o pai não deu crédito às palavras do filho. Relutante, levantou os olhos de suas anotações, certo de que veria um trabalho digno de uma criança. Para sua surpresa, o mapa estava completo. Todos os pedaços haviam sido colocados nos devidos lugares. Como seria possível? Como o menino havia sido capaz?
“Você não sabia como era o mundo, meu filho, como conseguiu?”
“Pai, eu não sabia como era o mundo, mas quando você tirou o papel da revista para recortar, eu vi que do outro lado havia a figura de um homem. Eu tentei consertar o mundo, mas não consegui. Foi aí que me lembrei do homem, virei os recortes e comecei a refazer o homem, que eu sabia como era. Quando consegui refazer o homem, virei a folha e vi que havia consertado o mundo.”
Para se consertar o mundo, é preciso primeiro refazer o homem. Essa é a moral da ilustração. E podemos, a partir da mesma, abordar duas visões diferentes e completamente antagônicas.
A primeira, daqueles que pretendem consertar o mundo apenas operando pequenas reformas no homem: uma maquiagem moral aqui, um polimento ético acolá, um verniz religioso ali, enfim, uma repaginada existencialista com o intuito de melhorar exteriormente o que não pode ser mudado interiormente. Essa é a proposta dos que acham que podem mudar o homem por decreto, quer seja ordenando o que este não pode fazer, ou exigindo o que deve fazer. Essa é a essência e razão de ser da política e da religião. Por isso, procura-se levar as pessoas a praticarem boas ações (ou o que lhes pareçam como tais) a fim de se tornarem melhores e obterem o favor de seu governante ou “deus” e, assim, alcançarem um mundo melhor. E nisso, podemos dizer, as propostas políticas e religiosas se igualam.
A segunda, a do Evangelho de Jesus Cristo, cujo propósito de consertar o mundo começa com a recriação do homem. Não um homem reformado, nem repaginado ou com verniz religioso, mas um novo homem. Esse novo homem é aquele que recebeu a Cristo como Senhor e Salvador. Como está escrito: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (João 1.12,13). Desse modo, o Evangelho de Jesus Cristo é a “boa notícia” que pode salvar o homem e, somente assim, consertar o mundo.
A política anseia em ser uma espécie de religião secular, tentando elevar o homem ao status do seu deus e benfeitor, o governante. E as religiões são a busca desesperada do homem tentando elevar-se a si mesmo à presença de Deus. Mas é somente no Evangelho que Deus é revelado, tronando-se homem a fim de alcançar o homem. Como disse um poeta: “Todo menino quer ser homem. Todo homem quer ser rei. Todo rei quer ser Deus. Só Deus quis ser menino”.
O Senhor Deus estende a Sua mão para uma humanidade caída e desesperançada. É o próprio Deus que trabalha para que nos reconciliemos com Ele. Tudo o que as religiões do mundo pregam (inclusive não poucas igrejas ditas “cristãs”) poderia ser reduzido a uma palavra: “Faça”. Esta é a essência de toda religião: boas obras; “faça isso” e “faça aquilo”, ou “não faça”. Mas a mensagem básica do Evangelho é graça, ou favor de Deus, não obra; não é “faça”, e sim, “feito”.
As últimas palavras de Cristo, antes de encomendar Seu espírito ao Pai, foram: “Está consumado!” Ou “tetelestai”, palavra geralmente usada em transações comerciais, cujo significado é “completamente pago”. Jesus Cristo pagou a pena pelos nossos pecados. O resgate foi pago, e agora todos aqueles que confiam Nele podem ter acesso livremente a Deus e à vida eterna.
Está feito! Jesus é a resposta para salvar a sua alma e consertar primeiro o seu mundo interior! E ainda que o mundo exterior pareça desordenado, nascer de novo, ou ser uma nova criatura em Cristo, é o passo fundamental para um mundo muito melhor em 2016.

Samuel Câmara

Pastor da Assembleia de Deus em Belém

E-mail: samuelcamara@boasnovas.tv