Quando ocorrerá o fim da História


Quando os arqueólogos britânicos Howard Carter e Lord Carnarvon entraram na tumba de Tutancâmon, nos idos de 1922, no Vale dos Reis do Egito, encontraram dentro do sarcófago, além de vários tesouros, uma porção de trigo que fora sepultado com o rei-menino, há mais de três mil anos. Desde que essa múmia foi sepultada, cerca de 1.333 a.C., vários impérios surgiram, foram divididos e derrotados, e desapareceram. O vento levou o seu pó, enquanto a civilização continuou se desenvolvendo.
O trigo serviria à continuidade da vida noutro mundo. Mesmo guardado por mais de três mil anos, uma vez semeado, brotou e produziu um novo trigo. E assim como o trigo ficou tanto tempo em tão bom estado, o ser humano também viverá, até que o relógio de Deus dê a última badalada. Porque só Deus tem soberania e poder para controlar a história da humanidade, que um dia, certamente, chegará ao fim.
Pensando no fim da história, embora de outro modo, Francis Fukuyama, professor de economia política da Universidade Johns Hopkins, criou a “Teoria do Fim da História”, na qual sustenta que a evolução política da humanidade estaria concluída com o desaparecimento do comunismo e a vitória da democracia. O que viria depois seria uma estabilidade social e política e, consequentemente, a sonhada paz mundial.
Hoje, sua teoria está desacreditada. Se tão somente o Dr. Fukuyama tivesse lido o que a Bíblia diz sobre o fim da história, entenderia que seu erro foi duplo: de tempo e de modo. De tempo, porque os eventos que a determinarão ainda estão por vir, todos eles biblicamente preditos. De modo, porque o comunismo foi apenas uma das formas de totalitarismo que desapareceu. Ademais, a democracia sequer foi vitoriosa, pois inexiste em mais da metade do Globo. Mesmo nos países outrora comunistas, o que há são arremedos de democracia ou totalitarismos maquiados com verniz democrático.
Mas Fukuyama estava certo num ponto: o fim da história virá. Mas não será com o triunfo da democracia, pois este jamais ocorrerá, tal como o barro (democracia) não se mistura com o ferro (totalitarismo). Em termos de governo mundial, o que virá é um tipo de totalitarismo em escala global. No início, existirá um simulacro de paz e de prosperidade como nunca vistos no mundo, mas só por pouco tempo.
Levantar-se-á um “ditador” para governar o mundo, e quando este demonstrar sua maldade, o mundo virará um verdadeiro caos. Esse ditador, chamado de “o oitavo rei”, será de uma estirpe única, pois o poder lhe será entregue pacificamente pelos líderes das nações (Ap 17.10-13).
A Bíblia diz que Jesus não voltará sem que antes esse ditador, ou o Anticristo, também chamado de “o homem da iniquidade, o filho da perdição”, seja revelado ao mundo (2Ts 2.1-5). Será um homem notável e poderoso, responsável pela construção de um sistema econômico global, uma verdadeira teia político-militar-religiosa da qual ninguém poderá escapar. Comprar ou vender só será permitido a quem tiver “a marca da besta”. Esse sistema, porém, desabará de uma hora para outra, tão rápido quanto surgiu (Ap 13.17; 18.10). De acordo com indicações bíblicas, deverá ser um líder muçulmano, cuja religião é a única que nega explicitamente o Pai (Deus) e o Filho (Jesus) em seu sistema de fé (1Jo 2.22).
O Anticristo vai requerer adoração como se fosse o próprio Deus. Isto será o ponto de partida para uma perseguição sem precedentes a cristãos e judeus, coisa que fará Hitler parecer um monge. A esse tempo, Jesus denominou de “grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais”. Nesse tempo, “os homens buscarão a morte e não a acharão; também terão ardente desejo de morrer, mas a morte fugirá deles” (Ap 9.6).
Mais uma vez os judeus serão culpados pelos males do mundo. Então, o Anticristo reunirá as nações para atacar Israel e tentar riscá-lo definitivamente do mapa. É o velho espírito dos aiatolás em ação. Contudo, é neste ponto que a tese de fim da história deve começar a ser redefinida.
Israel estará em grande aperto, sem chance alguma contra forças tão poderosas. Seria esmagado, se não ocorresse um milagre. Mas os céus se abrirão, e aparecerá Jesus Cristo, o Rei dos reis e Senhor dos senhores, com seu poderoso exército celestial. Nessa ocasião, Igreja se reunirá com Ele (1Ts 4.16,17; 1Co 15.51,52).
Ele vem para pelejar e vencer. Nada menos. Mas o Anticristo e os reis da terra se voltarão para guerrear contra Jesus. Resultado: eles serão destruídos, como está escrito: “A besta foi aprisionada, e com ela, o falso profeta… e foram lançados vivos dentro do lago de fogo” (Ap 19.20).
Em seguida, Satanás será preso por mil anos. Nesse Milênio, Jesus reinará, a partir da Nova Jerusalém, quando então haverá justiça e paz na terra. Nesse tempo, ouvir-se-á o brado: “O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos”.
O fim da história, portanto, não virá com a maturidade política nem com a vitória da democrática, mas com a instalação do governo teocrático do Messias. Mas não será do tipo que conhecemos, com velhinhos de turbantes ou sacerdotes falando asneiras e cometendo morticínios em nome de Deus. Será o próprio Jesus Cristo, o Rei dos reis e Senhor dos senhores, quem finalmente governará o mundo com justiça e equidade.
O que virá depois? A Bíblia diz: “Quando, porém, se completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e sairá a seduzir as nações… a fim de reuni-las para a peleja. Marcharam, então, pela superfície da terra e sitiaram o acampamento dos santos e a cidade querida; desceu, porém, fogo do céu e os consumiu”. Satanás também foi lançado no lago de fogo (Ap 20.7-10). Depois virá o Juízo Final, quando todos serão julgados “segundo as suas obras” (Ap 20.11-15).
Ninguém sabe dizer exatamente quando isto acontecerá. Mas todos os sinais apontam que o fim está próximo.
O trigo de Tutancâmon visava à permanência do homem no além. Jesus falou metaforicamente do trigo como sendo os “filhos de Deus”, os quais viverão eternamente. Ele recolherá “o seu trigo no celeiro”; e queimará “a palha” (os ímpios), “em fogo inextinguível” (Mt 3.12).
O fim vem… mas não será hoje. Você já se preparou?

Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém
E-mail: samuelcamara@boasnovas.tv
 

 
Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém

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