Chega a ser estranho escrever sobre vôlei. Confesso que só acompanho o vôlei quando a seleção joga, mas com muita satisfação, porque sempre acabo assistindo grandes jogos, grandes apresentações da seleção e títulos. E essa minha jornada com o vôlei muitas vezes acaba restrita ao vôlei masculino, acho que justamente pela grande geração que estava na seleção na época que comecei a trabalhar com esporte.
Especificamente com relação ao trabalho, a seleção feminina acabou captando a minha atenção esse ano. Não sei se foi só por causa do programa e da necessidade de estar informado ou se pela primeira vez mesmo eu me atentei ao jogo das meninas que já eram bicampeãs olímpicas.
Assisti e acompanhei desde o primeiro jogo do Grand Prix e fiquei muito empolgado de ver as atuações muito consistentes das nossas meninas. Conquistaram o décimo titulo completando a seqüência que começou em 1994, passou por 96, 98, 2004, 2005, 2006, 2008, 2009 e 2013.
Zé Roberto mais uma vez mostrou que tem o grupo na mão. Antes da competição ele deu entrevistas dizendo que queria seu banco de reservas jogando no mesmo nível das titulares e isso realmente aconteceu. Jogadoras novas ganham oportunidades; o treinador testou peças todo o tempo e assim não houve tanto choque na hora que efetivamente uma atleta precisou jogar.
Ele apostou também em Jaqueline, mesmo sem clube e fora de ritmo por ter ficado um ano afastada das quadras para ser mãe, ela foi fundamental para o time. Passe e defesa irretocáveis. A seleção com ela é outra, muito mais organizada taticamente.
Com total merecimento, Zé foi eleito como melhor treinador do Grand Prix.
Alias, falando em melhor do Grand Prix, três das nossas jogadoras estavam na seleção do torneio:a levantadora Dani Lins, a oposta Sheilla e a central Fabiana representaram o Brasil de forma brilhante. Dani faz jus a história de Fernanda Venturini, Sheila pontua pelo menos 15 vezes por jogo e Fabiana vira bola até da linha de fundo.
Enfim, as meninas provaram mais uma vez que nosso vôlei está bem representado e pronto. Vamos para o Mundial, entre 23 de setembro e 12 de outubro, na Itália. Titulo que nunca conquistamos, fomos vices em 2006 e 2010.
Alguém aí arrisca dizer que não seremos campeões?
Aquele abraço
Fábio Marques