Árvore frutífera ou palha dispersa


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Mark Twain, escritor americano, sentindo-se moroso e cansado da vida bem antes de morrer aos 75 anos, escreveu: “Uma miríade de homens nasce; eles labutam, suam e lutam pelo pão de cada dia; argumentam, criticam e brigam; a velhice se impõe sobre eles; as enfermidades seguem; os entes queridos são tirados deles, e a alegria de viver transforma-se em dolorosa tristeza. O alívio finalmente chega – o único dom incontaminado que a terra já ofereceu – e eles se desvanecem num mundo onde não tinham importância; um mundo que chora por eles por um dia e depois os esquece para sempre”.
John Wesley, notável pregador inglês, vivera uma vida alegre, cheia de energia e efetivamente próspera em tudo que realizou. Foi o líder do movimento Metodista responsável por um grande avivamento espiritual em sua geração. Mesmo aos 88 anos, prestes a encarar a morte, subitamente sentou-se, olhou para as pessoas que choravam ao redor de sua cama e disse: “O melhor de tudo é que Jesus está conosco”. 
Essas duas bem conhecidas personalidades exemplificam vividamente o contraste entre os estilos de vida do justo e do ímpio, como descrito no Salmo 1. John Wesley representa o justo: “Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido”. Mark Twain representa o ímpio: “Os ímpios não são assim; são, porém, como a palha que o vento dispersa”. 
Cada pessoa, um dia, tem de decidir se quer ser como “árvore que dá fruto” ou se quer ser como “a palha que o vento dispersa”. Se alguém coloca a sua confiança em Deus e vive para Ele, será como uma árvore frondosa que dá o seu fruto durante todo o tempo em que viver, até adentrar na eternidade. Ao mesmo tempo em que frutifica, experimenta alegria e paz, mesmo que enfrente tempos difíceis.
Entretanto, se alguém rejeita a Deus, o resultado prático disso é que sua vida será “como a palha que o vento dispersa”, portanto, sempre vazia e insatisfatória. Pode até ter poder, riqueza, fama; saúde e beleza; pode ser e ter qualquer coisa, mas o resultado é sempre o mesmo: palha levada pelo vento.
Há tempos, circulou um panfleto “apócrifo” que citava as últimas palavras de várias pessoas que preferiram viver “como palha”. Voltaire fora visitado por um padre, que instou para que se arrependesse para não ir para o inferno. Desdenhando dele, Voltaire clamou: “Estou abandonado por Deus e pelos homens; irei para o inferno”. O ateu inglês Thomas Hobbes disse: “Estou dando um salto terrível para as trevas”. Francis Newport gemeu em angústia: “Oh, eternidade, eternidade para sempre e sempre! Oh, as insuportáveis dores do inferno!”. 
O ateu David Hume gritou: “Estou nas chamas!” Nietzsche disse: “Se realmente existe um Deus Vivo, sou o mais miserável dos homens.” Lavinia Fisher, serial killer americana, antes de ser enforcada, disse: “Se algum dos senhores quiser mandar uma mensagem ao diabo, digam-me imediatamente, pois estou prestes a encontrá-lo.”
Que grande contraste com as últimas palavras de pessoas que escolheram viver “como árvore que dá fruto”. Estevão, o primeiro mártir cristão, morreu apedrejado por causa de sua fé. Suas últimas palavras foram: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito! Senhor, não lhes imputes este pecado!” O evangelista Dwight L. Moody disse: “Isto é glorioso! A terra diminui; o céu está aberto; Deus está me chamando!”. E estas palavras de um homem que, por causa da fé em Cristo, estava sendo queimado numa estaca: “Bendita seja a hora em que eu nasci, por causa deste dia. Não perderemos nossas vidas neste fogo” – disse ele aos seus companheiros de martírio – “apenas serão transformadas em algo melhor”.
Jesus, embora sofrendo a horrenda morte na cruz, disse triunfante: “Está consumado!” Era a Sua vitória final sobre o pecado e a morte, que trouxe a real possibilidade de uma pessoa dar fruto que permanece para a eternidade. Jesus disse: “Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora, à semelhança do ramo, e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam.” (Jo 15.5,6).
Quando alguém vive como “árvore que dá fruto” sabe disso: mesmo que a tristeza e a dor física façam parte de seus últimos dias, o Pai celestial lhe dará graça na morte. Ele pode seguramente dizer: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo” (Sl 23.4). Por outro lado, quando alguém vive como “palha que o vento dispersa” tudo o que resta é o desespero de uma vida sem Deus.
As opções são obviamente claras. Ou fé e alegria eterna da árvore frutífera, ou incredulidade e remorso eterno da palha dispersa. A decisão de ser “árvore que dá fruto” ou “palha que o vento leva” pertence a cada pessoa. Qual será a sua escolha?

Samuel Câmara

Pastor da Assembleia de Deus em Belém

E-mail: samuelcamara@boasnovas.tv