Sobre cada uma das três portas da Catedral de Milão existe uma inscrição. Numa das portas está esculpida uma grinalda de rosas com este dístico: “Tudo o que dá prazer dura só um momento”. Em cima de outra, se acham uma cruz e as palavras: “Tudo o que nos aflige é só por um momento”. Porém, a grande porta central leva esta inscrição: “Somente o que é eterno tem importância”. As mensagens subliminares dessas três inscrições têm a ver com as implicações das escolhas que fazemos na vida. Assim, há os que escolhem o prazer, e logo o sabem efêmero; há aqueles que a vida lhes reserva aflições, por suas próprias escolhas ou de outrem; e também há aqueles que focam suas vidas em valores eternos, os quais pagam um alto preço por viverem à luz da verdade, mas sabendo que sua recompensa, em última instância, não será aqui, mas na eternidade.
Em um mundo marcado por dor e sofrimento, perdas e lágrimas, tragédias e males, principalmente por causa das escolhas que fazemos na vida, há três importantes questões honestas que ficam patentes e demandam uma resposta franca. A primeira refere-se às nossas escolhas e seus resultados; a segunda, à nossa esperança; a terceira, à vontade de Deus na nossa vida.
1ª) Por que ocorre o mal? Para alguns, Deus poderia simplesmente acabar com o mal, se Ele quisesse. Mas a resposta tem a ver com nossa capacidade de escolher entre o bem e o mal. Deus nos fez à sua imagem e semelhança, e isso inclui a liberdade de decidir como procederemos, nossas escolhas morais e éticas. Essa capacidade de escolher é essencialmente uma bênção, mas pode ser também uma maldição.
Deus poderia ter nos criado de modo diferente, seres sem vontade própria, marionetes ou fantoches para responderem a comandos simples, ou sofisticados robôs programados para executarem funções complexas. Se Deus simplesmente removesse a nossa habilidade de escolher, o mal desapareceria, mas seríamos entes cuja existência alienada eliminaria definitivamente os conceitos de amor e responsabilidade, pois não mais poderíamos escolher. E até mesmo amar a Deus ou ao próximo é uma escolha que fazemos. Sem escolha, não haveria a submissão compromissada do amor, apenas a subserviência automática do robô.
Deus poderia evitar o mal se tirasse do ser humano a liberdade de escolha, a capacidade de fazer o mal ou praticar o bem. Todavia, Deus quer que eu e você olhemos para a fealdade do mundo e possamos dizer que a nossa opção continua sendo a de fazer o bem, não porque somos forçados, mas porque somos livres, por amamos a Deus e queremos fazer a Sua vontade.
2ª) Qual é nossa esperança? A abordagem mais geral é que o mundo vai de mal a pior, fazendo que muitos fiquem com a nítida impressão de que não há nenhuma esperança à vista. Mas isto, além de gerar desespero nas pessoas, aponta para outra realidade, o desconhecimento (ou descrença) do que Deus afirma na sua Palavra sobre a nossa esperança futura.
A Bíblia diz que esta terra, com todas as suas mazelas, passará; que haverá “novo céu e nova terra”, onde “Deus habitará conosco”. Nessa nova ordem, Deus resolverá o problema do sofrimento e aniquilará a morte suas mazelas (Ap 21.4). Assim, a última palavra sobre o destino do nosso mundo pertence a Deus, cujo poder restaurará todas as coisas ao estado original de harmonia e paz. E aqueles que escolherem a Jesus como Senhor e Salvador são os que viverão essa nova realidade.
3ª) Qual a vontade de Deus? Sempre que ocorrem tragédias é muito comum ouvirmos pessoas buscarem consolo na afirmação simplista que “aquilo” foi “a vontade de Deus”. Mas isto está longe da verdade! Nós vivemos em um mundo de escolhas, para o bem ou para o mal, no qual a vontade de Deus raramente é realizada! Enquanto muitos oram hipocritamente para que Deus faça a Sua vontade, e isso é apenas um linguajar religioso e vazio, o mais comum é que, exatamente por isso, ignorem a Deus, seguindo a sua própria vontade e fabricando deuses impotentes à sua própria imagem e semelhança, aos quais se curvam.
Não culpe a Deus pelos males do mundo. A culpa deve ser posta em pessoas que ignoram o que Deus tem orientado para que todos façam. Deus nos criou e sabe como funcionamos. A Bíblia é semelhante ao “Manual do Fabricante”, o qual nos indica o caminho da nossa salvação e felicidade plena. Mas Deus jamais nos obrigará a obedecê-lo; a decisão é nossa. Imagine que alguém compre um eletrodoméstico e faça tudo diferente do que diz o manual, e o aparelho sofra dano. Haveria alguma possibilidade de reclamar sua garantia? Portanto, somos mais importantes que coisas, e Deus nos diz: “Tenho te proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois a vida, para que vivas” (Dt 30.19)
O único lugar onde a vontade de Deus é feita perfeitamente é no Céu. Esta é a razão porque ali não há dor nem mal, só perfeição. A terra é um lugar imperfeito por causa do pecado, das nossas escolhas egoístas, desde Adão. A nossa felicidade está na escolha de fazer a vontade de Deus todos os dias, sabendo que isto não é algo automático, pois depende de uma decisão nossa e da graça que Ele supre para sermos fiéis e produtivos.
A Assembleia de Deus em Belém fez a boa escolha de obedecer a Deus, assumindo a responsabilidade de apresentar respostas a questões fundamentais da vida, por causa de sua missão fundamental de proclamar o Evangelho. Por isso, neste sábado, a partir das 16h, no Centenário Centro de Convenções, realizaremos o Congresso de Escola Dominical e Educação Cristã, que visa a fortalecer o compromisso com a formação de educadores cristãos e também busca tratar de relevantes temáticas da vida hodierna, tais como “Violência Infantil” e “Ideologia de Gênero”. Nesta ocasião, teremos também as Olimpíadas da Escola Dominical e a maior Feira do Livro Cristão da Amazônia.
Sobretudo, saiba que, em todo tempo, obedecer a Deus é sempre a melhor escolha da vida.
Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém
E-mail: samuelcamara@boasnovas.tv