Há poder em suas palavras! Mas a maioria das pessoas jamais se dá conta disso, nunca percebe que suas palavras estão criando vida ou gerando morte, estão edificando ou destruindo, servem para elevar ou para abater autoestimas pelo caminho da vida.
Faça um teste: observe o que você falou às pessoas à sua volta nesta última semana; as opiniões que emitiu sobre alguém do seu convívio; as palavras que falou a seus filhos, quando os reprendeu; as palavras que falou a um colega de trabalho, por alguma divergência de opinião; o que falou no trânsito, quando se deparou com alguma barbeiragem; enfim, meça as suas palavras e veja o quanto de positivo ou negativo saiu de você em forma de palavras. E então, você certamente se encontrará apto a continuar lendo esta mensagem e tirar dela algum proveito para sua vida e para a vida das pessoas ao seu redor.
Comecemos por observar que a maioria dos especialistas concorda numa coisa: o principal ponto de rompimento dos relacionamentos, hoje e sempre, está intimamente ligado à comunicação, especialmente quanto ao modo como falamos, ao que dizemos às outras pessoas. Certamente por isso, o apóstolo Paulo, notando o potencial das palavras para o bem e para o mal, ensinou: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem” (Ef 4.29).
Paulo usou a palavra torpe para descrever o discurso que tem o poder de estragar as pessoas, sejam adultos ou crianças. Ao mesmo tempo, afirmou que a boa comunicação – as boas palavras – é essencial para o crescimento pessoal, pois tem o poder de educar e edificar as pessoas. Assim, quando edificamos os outros por meio do nosso discurso, instilamos nelas palavras cheias de graça, gerando tanto boas emoções como boas atitudes, além de resultarem em benefício espiritual para suas vidas.
É exatamente por isso que devemos examinar os nossos hábitos ao falar e, assim, evitarmos palavras duras ou descuidadas. Cabe a nós, portanto, a decisão de edificar cada pessoa que conhecemos, especialmente as crianças.
A origem do problema pode ser o fato de vivermos em uma sociedade marcada pelo negativismo, o que em geral nos torna “do anti-qualquer-coisa”, o que simplesmente nos coloca como vítimas, ou na defensiva, ou visceralmente contra alguma coisa.
O desastroso é que principalmente nós, os cristãos, deveríamos ser conhecidos como pessoas positivas que promovem o que é bom e certo, a começar pelo que falamos. Não poucos cristãos se perturbam com os males de nossa sociedade, mas poucos fazem algo além de falarem negativamente sobre os mesmos. Há mais críticos mordazes que edificadores responsáveis.
Dentro de casa, o problema é mais grave. Há exemplos de palavreados que frequentemente são lançados contra os filhos, frutos de uma comunicação torpe. De uma lista interminável, vejamos alguns exemplos: “Você é burro”; “O que há de errado com você, seu idiota”; “Você não consegue fazer nada direito”; “Você nunca aprende”; “Deixa que eu faço, você não sabe”; “Desastrado, você sempre quebra as coisas”; “Você é um desastre”.
Uma criança que ouve seus pais dizerem algo assim, e fatalmente acaba por acreditar nessas palavras, levará esse pesado fardo de juízo para o resto da sua vida. E certamente precisará de uma graça especial de libertação em sua dura e difícil caminhada.
O sábio Salomão afirmou: “A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto”; e também: “Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo” (Pv 18:21; 25.11). Jesus foi contundente sobre a fonte de nossas palavras: “O homem bom do bom tesouro do coração tira o bem, e o mau do mau tesouro tira o mal; porque a boca fala do que está cheio o coração” (Lc 6.45).
Podemos, sim, mudar para uma comunicação edificante, pelo simples fato de sabermos que há poder em nossas palavras. Por exemplo, em vez de palavras negativas, temos muitas maneiras de dizer “muito bem”: “Você pode, você consegue”; “Você realmente se esforçou hoje”; “Você é um abençoado”; “Isso mesmo, você está progredindo”; “Estou orgulhoso de você”; “Você é muito bom nisso”; “Agora você entendeu o espírito da coisa”; “Vamos, continue, você chega lá”.
Um bom antídoto contra os erros é dizer com sinceridade: “Você é muito melhor do que isso”; ou: “Você é uma pessoa boa, isso não combina com você”. A escolha é nossa. É muito melhor ser um farol da graça e da verdade com boas palavras, gerando vida, do que um multiplicador da condenação com más palavras, gerando morte.
Além disso, as palavras que falamos também nos ferem, nos contaminam, nos destroem, nos inviabilizam na vida. Jesus disse: “O que sai do homem, isso é o que o contamina” (Mc 7.20). E nada nos contamina mais do que palavras negativas e eivadas de malignidades.
O apóstolo Paulo deu a receita para uma vida íntegra e abençoadora: “Fazei tudo sem murmurações nem contendas, para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo, preservando a palavra da vida” (Fp 2.14-16).
O fato é que precisamos mais de quem nos encoraje e edifique do que de críticos mordazes que nos derrubem. Você estaria, então, disposto a fazer a coisa certa? Fale as palavras certas e abençoadoras, pois saiba: há poder em suas palavras!
Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém
E-mail: samuelcamara@boasnovas.tv
Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém
E-mail: samuelcamara@boasnovas.tv