Gratidão, Comunhão e Voluntariado


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A Assembleia de Deus está comemorando 104 Anos de Gratidão, Comunhão e Voluntariado, considerando esses três elementos como pilares de sua trajetória vitoriosa. Isto porque se a Igreja tivesse tudo o mais, porém lhe faltassem esses elementos, ou mesmo alguma parte dos mesmos, não teria conseguido chegar aonde chegou nem realizar a grande obra que Deus lhe confiou.
Quando os dois jovens suecos Daniel Berg e Gunnar Vingren chegaram a Belém no navio Clement e desembarcaram na Estação das Docas, na escadinha, em 19 de novembro de 1910, eles possuíam apenas uma chamada de Deus e um sonho. Nada mais. Eram estrangeiros, não sabiam falar a nossa língua pátria, não tinham dinheiro, não podiam contar com amigos; em suma, não tinham nenhuma garantia.
Em aqui chegando, eles encontraram alguns irmãos em Cristo, com os quais compartilharam sua chamada e vocação. Meses depois, em 18 de junho de 1911, juntamente com os irmãos e irmãs que aceitaram a mensagem pentecostal, fundaram a Assembleia de Deus. Em pouco tempo, a obra se expandiu para todas as regiões do Brasil e, pela graça de Deus, se tornou a maior denominação evangélica do nosso país.
Ao contemplarmos as grandes conquistas que hoje desfruta a Igreja e meditando nas dificuldades enfrentadas por aqueles dois heróis pioneiros, e por tantos outros que seguiram os seus passos, sentimos uma alegria indizível em reconhecer que somente Deus poderia operar tal proeza de nos fazer andar durante 104 anos sustentados nas colunas da comunhão, da gratidão e do voluntariado.
A Assembleia de Deus tem um desafio interno e outro externo.
Internamente, tem procurado reavivar esse tripé que lhe deu sustentação nessa caminhada de realizações e grandes vitórias. Tem procurado manter pulsante a gratidão a Deus, por todas as Suas preciosas bênçãos e vitórias, sabendo que é Ele quem realiza a Sua obra através de nós e nos torna bem sucedidos em tudo, segundo a Sua riqueza em glória. Tem buscado sempre a expansão dos laços de fraternidade entre os irmãos em Cristo, expressos na comunhão que o amor de Deus opera em nossos corações, em considerarmos em grande estima os nossos irmãos como preciosos e todos igualmente necessários nessa caminhada, sem o que não valeria a pena enfrentar tanta luta. Tem se esforçado também por manter seus membros operosos, cuja expressão de fé através de um serviço abnegado é potencializada no nosso voluntariado por amor ao Senhor Jesus, que nos deu a vida eterna.
O nosso desafio externo é, principalmente, continuar ampliando o Reino de Deus na terra, levando muitas outras pessoas ao conhecimento da salvação, para que também recebam a gloriosa paz do Senhor Jesus. E isso é muito mais efetivo e glorioso quando resulta de uma ação de Deus em estarmos alicerçados nesse tripé de gratidão, comunhão e voluntariado.
Para avaliarmos a agudeza do pensamento sobre os três pilares da caminhada assembleiana, convidamos você a pensar num grande prédio sustentado com três enormes e fortes pilares, sobre um poderoso alicerce, o que lhe permite enfrentar incólume a ação de terremotos, furacões e de quaisquer outras graves intempéries possíveis. Pergunta-se: qual dos três pilares deveria ser retirado para que o prédio ruísse? Se você respondeu: “qualquer um”, acertou.
É assim que, se a Assembleia de Deus tivesse gratidão e comunhão, mas lhe fosse tirado o voluntariado, ela se tornaria um mero clube social de bem intencionados associados, mas ineficiente, voltada apenas para seus projetos internos, tornando-se finalmente inativa e infrutífera. Se não houvesse voluntariado, talvez lhe restasse apenas a opção do profissionalismo de poucos fazendo o serviço de todos.
       Se a Assembleia de Deus tivesse comunhão e voluntariado, mas lhe fosse suprimida a gratidão, ela se tornaria um clubinho de iguais, operosos e realizadores, mas ao mesmo tempo egoístas e interesseiros, cujas ações serviriam mais para massagear o ego de seus membros do que para amar e servir ao próximo. Se não houvesse gratidão a Deus, só lhe sobraria o instrumento da lisonja para manter o interesse de sua membresia.
E se a Assembleia de Deus tivesse gratidão e voluntariado, mas se lhe retirasse a comunhão, ela se transformaria em uma espécie de sindicato de grupos rivais, que buscariam fazer as coisas mais por competição, para ver quem se sairia melhor e se daria bem, do que em procurar servir a todos com o que há de melhor em cada um. Se não houvesse comunhão, não haveria também a manifestação dos dons espirituais, nem tampouco o fruto do Espírito no trato pessoal, nem crescimento espiritual no corpo de Cristo.
A Assembleia de Deus celebra seus 104 Anos de Gratidão, Comunhão e Voluntariado sabendo que esta é uma festa de toda a Igreja, pois a Assembleia de Deus é uma só Igreja. Embora haja vários grupos, muitas congregações, uma variedade de órgãos eclesiásticos e convencionais, todavia a Igreja é uma só. Muito embora alguns pretendam controlar a Igreja como se fosse “seu grupo”, e outros tentem dominar o rebanho através de instituições legais, e ainda haja aqueles que, sob o pretexto de “pureza doutrinária” que não passa de imposição de costumes, se acharem melhores e mais assembleianos que outros, ainda assim a Assembleia de Deus é uma só Igreja.
É com esse espírito de gratidão a Deus, de comunhão com todos os irmãos por quem Cristo morreu e ressuscitou, e de voluntariado no poder do Espírito Santo, sim, é com este espírito que convidamos a todos para participarem desta celebração. A festa é nossa! A festa é sua! A festa é de todos!
Parabéns, Assembleia de Deus, pelos 104 Anos de Gratidão, Comunhão e Voluntariado!

Samuel Câmara

Pastor da Assembleia de Deus em Belém

E-mail: samuelcamara@boasnovas.tv