Durante toda a nossa vida, nós temos de fazer escolhas todos os dias. Isso não é sina, é apenas uma responsabilidade que a vida nos impõe. E há de se reconhecer, porém, que se pudéssemos voltar atrás, declinaríamos de muitas escolhas erradas que fizemos. Assim, nosso primeiro desafio não é fazer escolhas, mas fazer as escolhas certas. O segundo desafio é tomar a decisão certa no tempo certo, sob o signo da incerteza de que amanhã pode ser muito tarde.
A maioria de nós não escolhe uma vida de dificuldades, ela nos escolhe. Faz parte da vida. Outras vezes seguimos os rumos que o coração dita e nos tornamos reféns de nossas próprias escolhas. Todavia, em qualquer dos casos, nós podemos pelo menos escolher a nossa reação a elas.
Lembro-me da narrativa sobre a noite que antecedeu a crucificação de Jesus, quando dois de seus discípulos escolheram se voltar contra Ele. Um era Judas Iscariotes, que o traiu com um beijo e o entregou aos inimigos que queriam a sua morte. O outro era Pedro, que o negou três vezes, inclusive praguejando impropérios impublicáveis.
Há uma coisa em comum entre esses dois discípulos: cada um fez a sua própria escolha. No entanto, há uma enorme diferença entre o que escolheram fazer em seguida. Judas, cheio de remorsos, saiu para enforcar-se. Pedro, imerso nas dores de sua alma, derramou amargas lágrimas de arrependimento.
De qualquer modo, se você fosse um deles, que caminho escolheria? Qual seria sua reação?
A vida é assim, a toda hora temos de tomar decisões. Evidentemente, há aquelas coisas corriqueiras que requerem tomadas de pequenas decisões, a maioria das quais nem nos damos conta, como a escolha da roupa ou o que comer. Porém, há decisões vitais que testarão inexoravelmente a nossa habilidade de fazer escolhas adequadas, as quais definirão não somente a nossa satisfação pessoal, mas também o nosso destino.
O que geralmente é difícil de avaliar, na pesagem entre as escolhas certas e as erradas, é para onde a balança penderá no final das contas. Isso, todavia, é algo que a maioria das pessoas costuma evitar.
Muitos livros têm sido escritos para ajudar pessoas a tomarem decisões na vida. A maioria é de uma complexidade tão elevada que geralmente é inócua à maioria dos mortais. Mas há conselhos que podem nos ajudar nas nossas escolhas, para fazermos o que é certo:
Se você está bravo com alguém e ninguém faz qualquer coisa para consertar a situação, conserte-a você. Talvez hoje essa pessoa ainda queira ser seu amigo e, se você não consertar, amanhã pode ser muito tarde.
Se você está apaixonado por alguém, mas essa pessoa não sabe, diga isso a ela. Talvez essa pessoa também esteja apaixonada por você e, se não falar hoje, amanhã pode ser muito tarde.
Se você deseja mostrar o seu afeto e dar um abraço em alguém, então dê. Talvez essa pessoa também queira o seu abraço e, se você não fizer isso hoje, amanhã pode ser muito tarde.
Se você ama uma pessoa e acha que ela te esqueceu, diga isso a ela. Talvez essa pessoa sempre o amou e, se você não lhe disser hoje, amanhã pode ser muito tarde.
Se você precisa da amizade de alguém, deve abrir seu coração e dizer-lhe isso. Talvez ela precise disso mais que você e, se você não declarar hoje, amanhã pode ser muito tarde.
Se você realmente tem amigos aos quais aprecia, fale-lhes isso. Talvez também o apreciem e, se partem ou vão embora, amanhã pode ser muito tarde.
Há muitas outras coisas que poderíamos agregar a esse poema de autor desconhecido, outros conselhos simples e seguros de como coisas importantes podem merecer a nossa atenção e cujas escolhas somadas a elas não são complicadas.
Se as suas ideias sobre alguma área da vida lhe causam desconforto, posto que ultrapassadas e incongruentes, e se você se sente inseguro e infeliz por causa delas, não tenha vergonha de mudar. Só não muda de ideia quem não as tem. Mude ainda hoje, pois amanhã pode ser muito tarde.
Se tiver de tomar decisões urgentes e difíceis, procure se concentrar na dignidade dos outros e na sua felicidade, não na rasoura de suas desculpas banais, pois amanhã pode ser muito tarde.
Quando erramos, a coisa mais importante é o que fazemos depois. Se você perdeu a cabeça e maltratou um colega de trabalho… Se você disse algo cruel para alguém de sua família… Se você se deu conta de que está cheio de maus pensamentos… pense bem: o que vai fazer depois?
Há várias opções, algumas tortuosas e erradas. Podemos arranjar desculpas para justificar o nosso mau comportamento, ou colocar a culpa em outra pessoa. Podemos também ignorar a Deus.
Há também a opção de fazer a coisa certa. Ao errarmos contra alguém, ou pecarmos contra Deus, a primeira coisa a ser feita é reconhecer o próprio erro e pedir perdão. Podemos pedir a ajuda de Jesus, o nosso Advogado, e pedir perdão a Deus, confessando os nossos pecados, pois Ele “é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 Jo 1.9).
Procure humildemente acertar a sua vida, busque a ajuda de Deus em oração, e faça a coisa certa, pois amanhã pode ser muito tarde.
Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém
E-mail: samuelcamara@boasnovas.tv