Lembro-me de uma situação presenciada por Sydney Harris, famoso jornalista americano de Chicago. Numa tarde, há muitos anos, Sydney Harris e um amigo seu dirigiram-se a uma banca de um jornaleiro. O amigo comprou um jornal e depois agradeceu ao vendedor. Este, por sua vez, mal tomou conhecimento do comprador.
“Que tipo mal-humorado, não?” – observou Harris. “Faz anos que compro jornal aqui, mas ele nunca responde” – disse calmamente o amigo. “Por que, então, você continua a ser educado com ele?” – quis saber Harris. A resposta do amigo foi reveladora: “Por que deveria eu deixar que ele decida como devo agir?”
“Que tipo mal-humorado, não?” – observou Harris. “Faz anos que compro jornal aqui, mas ele nunca responde” – disse calmamente o amigo. “Por que, então, você continua a ser educado com ele?” – quis saber Harris. A resposta do amigo foi reveladora: “Por que deveria eu deixar que ele decida como devo agir?”
Ao pararmos para pensar nessa situação, veremos que existe sabedoria verdadeira nessa filosofia de vida. As pessoas que permitem que os outros decidam como elas devem agir, estão entre as mais infelizes do mundo. Todos nós conhecemos gente assim.
Algumas pessoas guardam uma semelhança “filosófica” com o comportamento dos anfíbios. A temperatura corporal dos anfíbios (um tipo de criatura que inclui os sapos e a salamandra) é determinada pelo ambiente. Quando a temperatura ao redor de um anfíbio se eleva, a temperatura do corpo dele sobe; quando a temperatura ambiente baixa, sua temperatura corporal cai.
Desse modo, há pessoas que fazem ou deixam de fazer as coisas porque o comportamento de outra pessoa o levou a tal. Por exemplo, você conhece alguém que deixou de frequentar um determinado lugar porque as pessoas (sócios do clube, membros da igreja etc.) pareciam indiferentes? No caso de uma igreja, se é verdade que ela era fria, a pessoa que julgou ser melhor separar-se acabou por assumir a temperatura de seu ambiente, em vez de tentar mudar as circunstâncias ao seu redor.
Li acerca de dois homens que viviam perto de um pantanal. Nenhum deles gostava de morar ali. Um deles mudou-se porque não aguentou a situação. O outro, ao contrário, drenou o pântano e tornou-o habitável e produtivo. Pergunte a si mesmo (assim como eu já me perguntei) o seguinte: Com qual desses homens eu me pareço mais?
Os cristãos são chamados a viver a regra áurea de amar o seu próximo, independentemente de como são tratados pelos outros. Isso é contrário à natureza humana decaída, mas alguém que se tenha tornado participante da natureza divina é capacitado a viver por esse princípio, segundo explicita o apóstolo Pedro: “Sede todos de igual ânimo, compadecidos… não pagando mal por mal, ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo, pois para isto mesmo fostes chamados” (1Pe 3.8,9).
Jesus foi ainda mais radical, pois nos desafiou a potencializar o bem a partir da nossa decisão, quando disse: “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles” (Mt 7.12). Ora, ninguém em sã consciência quer receber o mal, ou ser maltratado, ou injustiçado. Todos querem o bem e cada um deve fazer disso uma decisão pessoal de perseguir sempre esse objetivo na vida.
O certo é que, todos os dias, temos de fazer escolhas, temos de decidir como agiremos em cada situação da vida. Podemos não ter domínio sobre as coisas que nos acontecem, mas podemos decidir como reagiremos em cada uma delas. Isso é tanto verdade que se pudéssemos voltar atrás, se pudéssemos mudar algumas decisões equivocadas que tomamos em determinadas situações, declinaríamos de muitas delas. Igualmente, quanto às decisões corretas, decerto as corroboraríamos. Assim, o problema não é reagir, fazer escolhas e tomar decisões, mas fazer as escolhas certas e tomar as decisões corretas.
A vida é assim, a toda hora temos de tomar decisões. Evidentemente, há aquelas coisas corriqueiras que requerem tomadas de pequenas decisões, a maioria das quais nem nos damos conta, como a escolha da roupa que vamos vestir ou a comida que vamos comer no jantar. Porém, há decisões vitais que testarão inexoravelmente a nossa habilidade de fazer escolhas adequadas, as quais definirão não somente a nossa satisfação pessoal, mas também o nosso destino.
O pior de tudo é quando as nossas escolhas e decisões são motivadas, não pelas nossas convicções, mas pelas reações intempestivas que comandam a nossa vontade a partir dos outros. Quando reagimos em função dos outros, não quando agimos pelo que acreditamos, acabamos por nos tornar reféns do comportamento alheio, presas fáceis das vicissitudes do ambiente hostil ou coadjuvantes da história dos outros, não da nossa própria.
Muitos livros têm sido escritos para ajudar pessoas a tomarem decisões na vida. A maioria é de uma complexidade tão elevada que geralmente é inócua à maioria dos mortais. Mas há conselhos que podem nos ajudar nas nossas escolhas. A Bíblia está cheia de preciosos conselhos que certamente lhe ajudarão a ter vitória plena na vida. Por isso eu lhe aconselho a tomar uma grande decisão, a de ler as Escrituras Sagradas e meditar em seus ensinos, porque neles encontrará a sabedoria para superar todos os obstáculos da vida.
Comece 2017 fazendo uma limpeza na sua vida, principalmente usando a opção de fazer a coisa certa em relação aos seus erros do passado. Se você errou contra alguém, ou pecou contra Deus, a primeira coisa a ser feita é reconhecer o próprio erro e pedir perdão. Peça a ajuda de Jesus, o Advogado Fiel, confessando os seus pecados, e busque o perdão de Deus. Deus purificará a sua vida e tudo o mais será abençoado. Depois, faça planos, confie-os a Deus, que dará a palavra final. Não deixe que os outros decidam por você, decida você mesmo!
Comece 2017 com o coração direito. Você decide!
Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém
E-mail: samuelcamara@boasnovas.tv
Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém
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