Normalmente não vou gosto de escrever sobre arbitragem. É um assunto delicado, e que costuma deixar torcedores enfurecidos. O torcedor comum, tende a pensar sempre que seu time está sendo prejudicado de propósito, que time A ou B são favorecidos pela federação, emissoras de TV, juízes, papai noel, coelhinho da páscoa e outros.
Não vou entrar nesse mérito e se você quer acreditar em história da carochinha, sugiro que pare de ler o texto nesse ponto. Se o time A ou B tem ajuda da arbitragem, por que não são campeões de todos os anos? Enfim, vamos ter uma conversa de adultos por aqui.
O que quero compartilhar com vocês que leem o blog é a minha visão da competência da arbitragem. Lógico que eu não sou maluco, então se o Ronaldinho pode perder pênalti, se o Palmeiras pode errar 50 passes por jogo e o Felipão pode fazer uma alteração errada, o árbitro também pode errar. Ninguém no futebol e em nenhum esporte consegue acertar 100% do que faz, é absolutamente IMPOSSÍVEL. Também acredito que com a evolução da transmissão de TV dos jogos, os erros ficam mais expostos do que antigamente. E aí eu não estou falando daquele impedimento de 20 centímetros. É complicado você ver na TV e crucificar o bandeira por essa distância, mas a TV realmente agora mostra todos os erros e acertos com mínimos detalhes.
Mas nós temos visto ultimamente mais do que erros isolados. São erros seguidos em quase todos os jogos. E os erros não ficam só com os árbitros, os bandeiras e auxiliares adicionais também estão falhando seguidamente.
O que mais me preocupa nessa história é a tal falta de critério. Algumas regras do futebol deixam espaço para interpretações. Interpretações essas, que são diferentes para cada juíz, para cada estado e competição. Vou usar como exemplo o tipo de lance mais polêmico: a mão.
“Será concedido um tiro livre direto a equipe adversária se um jogador comete uma das faltas: tocar a bola com as mãos deliberadamente”
Esse o texto da regra. Mas como pode o juíz julgar se o toque foi deliberado, ou seja, de propósito? Ele teria que ler mentes. Então cada árbitro observa o lance e julga da forma que ele interpreta. O grande problema é que as interpretações são muito diferentes, gerando lógicamente erros diversos não só no lance de mão, mas em todo o jogo.
Na minha humilde opinião, a regra do futebol precisava mudar nesse ponto. E mais urgente que isso, precisamos de árbitros profissionais. Só essa semana tivemos erros de bola que não entrou e o gol foi validado (jogo do Vasco), erros de marcação de pênalti e mão (jogo do Flamengo e Palmeiras), erros de critérios para expulsão, pênalti mal marcado e impedimento (jogo do Botafogo e Bahia).
Como podemos jogar um futebol 100% dentro de campo se a arbitragem está 50%? O bom juíz é aquele que passa desapercebido, sem polêmicas. E creio que isso passa diretamente por profissionalizar a arbitragem, com salários, treinos e rotinas iguais a dos atletas, pra que eles tenham rendimento maior e aí a gente possa cobrar mesmo deles que acertem tudo, ou quase tudo, já que ninguém é perfeito.
Aquele abraço
Fábio Marques
