Cristianismo com ou sem Deus?


pr_samuel

Qual a razão de tantos males no mundo e seus problemas decorrentes? Como enfrentá-los sem perder a doçura? Por que há tantos conflitos interiores, tantas deformidades psicológicas e emocionais, tantos meles e aflições pelas quais passa a alma de simples mortais como nós?

Sempre que posso procuro ler livros e assistir a programas televisivos que tratam dos mais variados problemas existenciais, alguns dos quais até buscando soluções que possam ir além da mera ação cosmética e paliativa. No entanto, tenho igualmente percebido que a maioria absoluta das pessoas procura abordar não as causas reais dos problemas, mas apenas como aliviar suas frustrações mais superficiais. Algumas propagandas “oficiais” do governo brasileiro, por exemplo, assim como de outros países “liberais”, também estão nesse rol.

Tomem-se o exemplo das propagandas contra as temidas DST, as doenças sexualmente transmissíveis, sob os auspícios do Ministério da Saúde. Nelas, basta usar a camisinha para nos tornarmos imune às doenças. Tratam da superfície do problema, mas deixam de abordar as verdadeiras causas, que são: promiscuidade sexual e infidelidade conjugal. Ambas, a meu ver, são resultantes da derrocada moral de nossa sociedade. Evita-se hipocritamente tratar de pureza moral, talvez porque pensem que isso é artigo de natureza religiosa. De qualquer modo, esse é um conceito que passa longe das mentes “privilegiadas” da maioria dos políticos nacionais, mormente daqueles encarregados de estabelecerem as políticas públicas de saúde.

Desse modo, quero voltar a uma velha abordagem, já de muito em desuso, que é a avaliação bíblica e teológica a respeito dos males que nos afligem. Acredito haver, no geral, quatro razões principais para a existência dessa imensa gama de problemas que nos abatem.

A primeira é o velho pecado de um mundo caído. O fato de vivermos em um mundo caído e pecaminoso é o fator preponderante entre as causas das enfermidades do corpo e da alma. Adão fez a escolha de conhecer o bem e o mal. E todos nós, até hoje, estamos circunscritos no bojo da experiência dessa escolha infeliz. A Bíblia afirma que “o mundo inteiro jaz no maligno” (1Jo 5.19). A sociedade, em função disso, está eivada de mazelas e patologias que causam deformidades no nosso mundo interior e no círculo à nossa volta.

O egoísmo característico da nossa sociedade humanista “esclarecida” gera inúmeras opressões e debilidades que neurotizam e angustiam as pessoas. Neste mundo egoísta e pecaminoso, onde cada um tenta levar vantagem e galgar sua posição a qualquer custo, muitas vezes não importando quantos serão pisoteados no caminho, está o campo de batalha onde são geradas todas as mazelas que afligem a humanidade.

A segunda razão é conflito interno entre o bem e o mal. Quando queremos fazer o bem, mas algo dentro de nós teima em realizar o mal, estamos no centro desse conflito que atinge a todos, grandes e pequenos, pobres e ricos. O apóstolo Paulo assim o descreveu: “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum; pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço” (Rm 7.18).

Essa luta interior de querer ser bom, ajustado e íntegro, mas não ter forças em si mesmo para sê-lo, em suma, é a psicose fundamental de todo ser humano. Em vivendo na contradição de um comportamento desajustado, surge a implacável presença “judicial” da consciência e suas intensas cobranças, com o afloramento de deformidades e patologias, inclusive as doenças psicossomáticas.

A terceira razão tem a ver com as forças espirituais da maldade que operam livremente no esteio de uma humanidade pecadora e propensa ao mal. O apóstolo Paulo afirma que enfrentamos uma dimensão de luta essencialmente espiritual, e que esta luta “não é contra o sangue e a carne, e, sim, contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes” (Ef 6.12).

Isso quer dizer que estamos expostos às agressões espirituais da maldade, pelas influências malignas que a todo instante tentam lançar suas setas diabólicas inflamadas em nossa alma. Não lutamos apenas na superfície – contra as coisas visíveis ou contra a química do corpo – mas também no emaranhado das complexidades espirituais de forças absolutamente malignas que operam ao nosso redor e contra nós. Negar que exista o mal fundamental e suas forças espirituais da maldade não os exorcizam de nossa existência nem minimizam sua operação.

A quarta razão para a existência de males e aflições na vida humana tem a ver com o legado de nossos pais. Somos marcados pelas falhas na nossa educação, geradas ou por falta de sabedoria, escassez de discernimento e nulidade de compreensão das verdades divina, ou por mera ignorância e desvios comportamentais, por parte dos pais, em decorrência do pecado, e isso geração após geração.

Por mais que os pais amem seus filhos, sempre trazem uma gama de imperfeições de sua educação anterior e as repassam de alguma forma aos filhos, porque também são vítimas de suas próprias deformidades interiores e visão limitada.

O certo é que, embora a sociedade ocidental tenha sido fundada sobre fundamentos cristãos, estes já de muito foram esquecidos ou meramente desprezados. Todavia, o Evangelho continua a reivindicar para si a solução de todos os males que afligem o ser humano, uma vez que esta foi a razão principal pela qual Cristo morreu e ressuscitou, para salvar os pecadores e dar vida plena a todos.

A cura dos males que nos afligem começa em um ponto essencial: em descobrir a vida que está em Cristo, rendendo-se a Ele, e passar a viver segundo os ensinamentos do Evangelho autêntico. Jesus, e somente Ele, é a solução final para todos os males que nos afligem!

Volte-se para Jesus e mantenha-se na caminhada que dará sentido à sua vida e lhe fará enfrentar e suplantar os males e aflições da vida!

 
Samuel Câmara
Pastor da Assembleia de Deus em Belém

Samuel Câmara

Pastor da Assembleia de Deus em Belém

E-mail: samuelcamara@boasnovas.tv