Primeiro teste: aprovado

Quando o técnico Dunga foi anunciado para mais um ciclo a frente da Seleção, eu resolvi me abster de uma opinião no blog. Creio que com a decisão tomada, não adiantava fazer presunções baseado em mais de 4 anos atrás e nem cabe a mim dizer se foi boa ou não essa escolha.

Agora, depois dos dois primeiros jogos, já me acho apto a fazer um balanço do que vi dessa nova Seleção e do que acho que podemos esperar daqui pra frente.

Vamos começar pela convocação. Concordo muito com a teoria exposta pelo treinador, de que é impossível fazer uma renovação sadia da noite pro dia. Não dá pra simplesmente descartar todos os atletas que jogaram a ultima copa e chamar outros. Precisamos sim de uma renovação, caras novas, jogadores compromissados com a camisa amarela, mas isso tem que acontecer gradualmente. Até porque seria uma grande injustiça com os jogadores da Copa que fizeram um bom trabalho e que ainda tem idade para seguir mais um ciclo.

Nomes como Ricardo Goulart, Everton Ribeiro, Elias e Diego Tardelli, que estavam arrebentando aqui no brasileirão receberam chances merecidas. Bem como Phillipe Coutinho, que há tempos já merecia uma convocação. Os laterais do Porto, o zagueiro Marquinhos e o goleiro Rafael Cabral são mostras de que Dunga está vendo os jovens e pensando lá frente.

Com relação ao corte de Maicon, Dunga mostrou que não vai tolerar indisciplinas, atrasos ou qualquer tipo de comportamento que demonstre falta de compromisso ou de comprometimento com a seleção. Concordei com o corte dele pelas razões disciplinares, e ainda fiquei satisfeito porque não entendi muito bem o porque dele ser convocado em primeiro lugar, uma vez que dificilmente chegaria na próxima copa.

Em relação aos jogos, taticamente fiquei satisfeito com o desempenho e ainda mais animado de pensar que esse foi somente o primeiro ciclo de treinos. Ainda temos muito a melhorar com esse time, mas ele já me dá esperanças de ver o que vai se tornar. O time se movimenta muito dentro de campo e troca muitos passes, o que é extremamente necessário para o futebol moderno, mas também mostrou o improviso brasileiro que é tão nosso e que se perdeu um pouco ao longo dos anos.

A idéia de ter um centroavante que se movimente me agrada demais, e Dunga arrumou muito bem taticamente, de forma que quando Tardelli sai pela ponta, sempre tem outro jogador na referência.

A zaga não era a titular, mas mesmo assim nos dois jogos vi bons jogadores, seguros e confiantes. Destaque para o Marquinhos, que fez uma grande partida ontem, mesmo sendo jovem e sendo reserva no seu time.

Algumas coisas que eu gostaria de ver diferente: Phillipe Coutinho no lugar do Oscar desde o começo, pra ver como se comporta o ex vascaíno. Acho que ele faz uma função mais centralizada que pode ajudar a arrumação do time. Gostaria de ver o Elias no lugar do Ramires também, mais pelo fato de achar que o Elias chega melhor na frente.

Meu lado sonhador fica imaginando que se o Pato continuar jogando bem, pode fazer tão bem, ou até melhor, esse papel do Tardelli, como um atacante que se movimenta e abre espaços. Também dei uma sonhada em como seria caso o outro São Paulino, Ganso, continuasse a evoluir e jogasse tudo que pode. Teríamos opções no meio de campo com muita qualidade e características diferentes.

Enfim, vi e gostei, sei que ainda tem muito pra acontecer, mas estou animado como não ficava há algum tempo.

Aquele abraço

Fábio Marques