Kléber, rico e sem futuro

Kléber “Gladiador”. Era assim que era conhecido o Kléber, atacante com passagens por São Paulo, Palmeiras, Cruzeiro, Vasco e Grêmio.

Se destacou de verdade na sua primeira passagem pelo Verdão, quando recebeu o apelido devido a sua garra e entrega dentro de campo. Nunca foi um atacante brilhante, está longe de ser um craque, mas é bom jogador. Diria que é útil dentro de um plantel.

Muitas lesões nos últimos anos se somaram aos muitos cartões e Kléber passou a ser um problema e uma dor de cabeça pra quem o contratava. Muito disso se deve ao chamado custo-benefício.

Funciona da seguinte forma. Eu te pago um valor x e você joga um futebol y. Se em uma determinada temporada o seu valor y está muito alto, eu contrapartida eu tenho que aumentar o valor x, certo? Quando o contrário acontece, nenhum jogador quer aceitar receber menos. Ou seja, se em uma temporada, uma mesmo, o cara jogou muito bem, ele se acha no direito de cobrar salários exorbitantes para o resto de sua carreira, mesmo que nunca mais atinga o patamar daquela temporada em que arrebentou.

Kléber chegou ao Grêmio em 2011. Acumulou passagens interessantes no Palmeiras e no Cruzeiro. A pedida salarial foi lá em cima, dizem por aí que está na casa dos 600 mil mensais.  Não rendeu o esperado com a camisa tricolor e tem contrato até 2016. Chegou a ser emprestado para o Vasco ano passado, mas recebendo seu salário integral, inclusive com os gaúchos pagando uma parte.

O que acontece agora é que nenhum clube acha que vale a pena pagar 600 mil para tê-lo. Por 100 mil seria uma baita contratação. Por 600 é um absurdo, mas o Grêmio firmou contrato e só pode quebrar esse contrato se pagar a multa integral.  Tentou negociar com o ex gladiador pra pagar uma parte dessa grana e rescindir, para que Kléber pudesse dar sequência em sua carreira em outro clube.

Kléber não quis. Ele prefere ficar treinando em separado e recebendo o seu salário exorbitante do que seguir jogando em outro lugar, mesmo que recebendo menos. A que ponto chegamos? Um atleta que prefere receber só pra treinar encostado do que reduzir o salário. Será falta de confiança no próprio taco? Será comodismo com a carreira?

Parabéns ao Kléber, vai ficar milionário, mesmo que não mereça e não vá crescer nada em sua profissão.

Aquele abraço

Fábio Marques